O patinho feio é um conto de fadas criado pelo do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, publicado em 1843. Você provavelmente já conhece a história. Um patinho nasceu diferente dos seus irmãos. Enquanto todos eram amarelinhos e fofos, ele era meio cinza e bastante desengonçado. Começou a se sentir diferente e excluído e, por isso, resolveu partir. Depois de um tempo, ele descobre um lago cheio de cisnes e se surpreende ao ver seu reflexo na água e perceber que era um deles.
E o que esse conto pode nos ensinar sobre criatividade?
Criatividade, autoestima e autenticidade andam de mãos dadas. O problema é que, desde crianças nós não buscamos descobrir quem somos de fato ou quais são as nossas características especiais. Nós buscamos pertencer ao padrão. Assim como o patinho feio, nosso sonho era ser um patinho amarelo, igual aos demais, que não se destaca. Afinal, se ele não é visto, não é criticado.
Nessa busca, passamos a nos vestir como todo mundo, a pensar nas carreiras adequadas e seguras, a frequentar lugares que todo mundo frequenta e a fazer o que todo mundo faz. Você tem ideias, mas não conta para ninguém, pois não quer ser diferente. Tem sugestões, mas as guarda para você, pois ali as coisas sempre foram assim.
Sem nunca parar para questionar, anos depois você começa a se sentir deslocado. Debaixo da fantasia de patinho amarelo existe um cisne querendo sair. Se você tiver a sorte de fazer essa descoberta e a coragem de se libertar, vai se afastar do bando e começar a experimentar. Assim como o patinho feio, você vai buscar outras lagoas, sem saber bem qual é a sua lagoa ideal e, sem sequer saber se vai encontrá-la. Isso não importa mais. Você só quer ser livre.
Você decide se matricular naquele curso que vinha adiando. Resolve escrever as primeiras linhas de um texto que não sai da sua cabeça. Começa a rabiscar as primeiras ideias para seu novo negócio. Se arrisca a vestir uma peça de roupa diferente das habituais. Faz uma nova viagem, come algo diferente. Tem coragem de dizer alguns “nãos” e vários novos “sim”. Assim, sem saber bem qual é seu destino, você se permite experimentar.
É nessa hora, que você se livra do medo de não pertencer, do apego aos padrões, da necessidade de aprovaçã e do peso das críticas que a sua criatividade consegue exercer sua verdadeira função: te fazer brilhar. E esse brilho não tem a ver com fama, com dinheiro ou com beleza. Tem a ver com se sentir bem de verdade dentro da sua própria pele. Ao se sentir à vontade com quem você é, suas ideias começam a fluir.
Isso quer dizer que os patinhos amarelos não são criativos? Não. Muitos deles talvez até sejam. Quer dizer apenas que não é se forçando a se encaixar que você vai se tornar criativo ou alcançar seu potencial máximo. Se seu negócio é escrever, você pode copiar todos os vídeos de um youtuber bem sucedido que ainda assim não vai ser como ele. Se seu negócio é empreender, não importa quantos médicos existam na sua família, você não vai ser tão bom e feliz como eles. Enquanto você fica tentando copiar outras pessoas, você nunca alcança o que eles já alcançaram.
A criatividade floresce quando você entende que só precisa pertencer a si mesmo e a mais ninguém. Quando você tem a coragem de assumir que é cisne e não patinho amarelo. Por isso, assim como o patinho feio, se olhe no espelho e veja o seu reflexo. Tem um cisne aí dentro doido para mostrar sua criatividade para o mundo. É hora de deixá-lo livre para voar.
Commentaires